quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Convênios assinados e a promessa de um grande evento de Economia Solidária

Firmar o compromisso de fazer Santa Maria a referência mundial em Economia Solidária. Foi esse o tom usado nas falas de quem assinou os dois convênios de apoio para o 1º Fórum Social e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária, que terá como palco Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Os eventos acontecem entre 22 e 24 de janeiro e já tem assegurada a participação de todos os estados brasileiros e diversos países além do Brasil.


As assinaturas asseguraram para os eventos mais de R$ 400 mil, sendo R$ 120 mil de emenda parlamentar do deputado federal Marco Maia, vice-presidente da Câmara dos Deputados, com contrapartida de R$ 9,6 mil da prefeitura de Santa Maria, além de um repasse de R$ 300 mil do município para os eventos. Deste valor, o Executivo destina R$ 202,8 mil em recursos e R$ 97,2 mil em serviços de infraestrutura para o Fórum. Segundo a Irmã Lourdes, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, a cidade faz parte de uma grande agenda mundial que irá comemorar os dez anos do Fórum Social Mundial, e o fator de orgulho é que Santa Maria promove a primeira etapa dessas agendas. A Irmã ainda fez referência a Dom Ivo, grande incentivador dos eventos do cooperativismo em Santa Maria, falecido em março de 2007. “É ele que vai cuidar do tempo para nós. Vai também nos abençoar para que as atividades aconteçam sem nenhum problema”, comentou.


O ato para assinatura dos convênios teve a presença do diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, Dione Manetti, o prefeito Cézar Schirmer, Rosana Kirsch, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, o representante do gabinete da vice-presidência da Câmara dos Deputados, Vilmar Galvão, além de secretários municipais e representantes dos empreendimentos da Economia Solidária de Santa Maira e região.


Expectativas para o Fórum e Feira de Economia Solidária:


“Todos os fóruns estaduais estão vindo para Santa Maria. Faremos uma longa discussão e avaliação da Economia Solidária e de nossa caminhada no mundo inteiro, e também o que vai ser feito a partir daqui. O Brasil está se preparando para vir a Santa Maria, estamos juntos nessa construção, para envolver o mundo na solidariedade” – Rosana Kirsch.


“Alegra-nos participar de um ato como esse, que materializa um trabalho no qual acreditamos. Todos aqui estamos satisfeitos em poder ajudar de alguma forma, comprometidos com essa causa. Espero que tenhamos um grande evento na nossa cidade, nosso Estado e país” – Vilmar Galvão.


“Estamos ajudando a Irmã Lourdes por absoluta convicção. Um outro mundo não só é possível, como está surgindo e é isso que estamos fazendo aqui, um outro mundo, um mundo de solidariedade. Não estamos só afirmando um velho sonho, mas uma nova realidade” – Cézar Schirmer.


A partir de segunda-feira, a cidade começa a receber os participantes do 1º Fórum Social e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária, quando inicia o Encontro Nacional de Agentes dos Centros de Referência de Economia Solidária do Brasil, que será realizado no Seminário São José. Na próxima quinta-feira (21), começam a chegar as caravanas dos empreendimentos solidários e participantes dos eventos. No mesmo dia, também terá início a organização dos espaços da Feira, concentrada no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. A abertura oficial será às 10h de sexta-feira (22), no palco central, depois da Caminhada Ecumênica pela Paz. No dia 19 de janeiro, a comissão organizadora dos eventos internacionais divulgará a programação definitiva do Fórum e Feira de Economia Solidária, que estará disponível no www.fsmecosol.org.br, junto a outras informações.


O 1º Fórum Social e a 1ª Feira Mundial de Economia Solidária têm promoção da Diocese de Santa Maria, através do Projeto Esperança/Cooesperança, prefeitura de Santa Maria, Banco da Esperança, Cáritas Brasileira, FBES, IMS, SENAES/MTE, SAEMA e Redes Intercontinentais de Economia Solidária. O patrocínio é do BNDES, Assembléia Legislativa, SEBRAE, SICREDI, IMS, UBEE-NNBC, MDA, SENAES/MTE e Governo Federal.


“Nós acreditávamos que Santa Maria era o melhor espaço para realizar um evento dessa magnitude”


A seguir, uma breve entrevista com Dione Manetti, diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), falando sobre a Economia Solidária no Brasil e a confiança depositada em Santa Maria.


Fórum – Qual o cenário da Economia Solidária no Brasil?
Dione Manetti – A Economia Solidária, principalmente nos últimos dez anos, vem crescendo muito no Brasil. As políticas públicas foram se desenvolvendo e, aos poucos, ampliando as condições de trabalho e renda dessas pessoas. Hoje, são 22 mil empreendimentos solidários no país, chegando a 51% dos municípios brasileiros. Esses números nos mostram que, atualmente, cerca de dois milhões de pessoas estão envolvidas com a economia solidária no Brasil.

F – Por que Santa Maria foi escolhida como palco para esse 1º Fórum Social de Economia Solidária?
DM – Santa Maria já tem uma história dentro da Economia Solidária. Ela tem histórico de feiras em nível regional, estadual, nacional e, desde 2004, de eventos que chamam para a discussão países do Mercosul. Com certeza, a feira de julho ter sido cancelada também foi um fator de reafirmação, mas não é único, pois a cidade já era uma referência no assunto mesmo antes desse episódio. Nós acreditávamos que Santa Maria era, sem dúvida nenhuma, o melhor espaço para realizar um evento dessa magnitude internacional, que nós realizaremos.

F – Qual a expectativa para os eventos?
DM – Iniciamos essa construção em julho do ano passado. Uma construção que buscou num primeiro momento garantir a mobilização dos trabalhadores da economia solidária no Brasil. Nós conseguimos ter, hoje, um cenário no qual já temos confirmadas as presenças de todos os estados brasileiros nos eventos da próxima semana. Num segundo momento, construímos uma estratégia de promoção internacional do evento, conseguindo envolver na coordenação do evento um conjunto de redes internacionais, então teremos muitas experiências de outros países. Todos os continentes do mundo estarão presentes, teremos uma representação internacional muito forte. A nossa expectativa é que Santa Maria seja, na semana que vem, a capital mundial da economia solidária e que durante o evento consigamos construir uma agenda política que permita fortalecer a economia solidária para os próximos anos.

F – Qual o futuro do Fórum Social de Economia Solidária?
DM – Santa Maria, para nós, é uma referência e continuará sendo. Com este evento, a cidade se consolida como uma referência mundial em economia solidária, isso não temos nenhuma dúvida. No mês de julho, vamos realizar normalmente a Feira nacional e a do Mercosul, como vem acontecendo nos últimos anos. Agora, em relação às próximas edições do Fórum Social de Economia Solidária, essa é uma discussão que vamos fazer aqui com as delegações internacionais que estarão presentes. A construção desse Fórum é uma construção coletiva, a nossa vontade é, obviamente, que Santa Maria se mantenha como uma das nossas principais referências mundiais de reunião de pessoas, mas com certeza teremos que conversar sobre isso com os outros países que estarão aqui.

Fonte: Fórum Social Mundial

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